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Best-seller de Ayn Rand é um manifesto pela liberdade

Ayn Rand escreveu ‘A Revolta de Atlas’ em 1957. O livro divide posicionamentos, é um dos livros mais influentes da cultura americana e aparece na lista de best-seller há 50 anos.

A ideologia política de Ayn Rand

Ayn Rand nasceu na Rússia, pouco antes da Revolução Comunista, mas mudou-se para os Estados Unidos, onde acabou naturalizada. A autora era contra o coletivismo e o estatismo, e chegou a defender publicamente suas ideias. Ela era uma apoiadora do sistema político capitalista que, segundo seu entendimento, era baseado na capacidade e mérito individual do indivíduo.

A filosofia da autora

Ao se posicionar contra o coletivismo e o estatismo, Ayn Rand chegou a desenvolver a própria filosofia: o Objetivismo.

Segunda essa filosofia, o egoísmo racional se sobrepõe ao altruísmo. O homem é o único responsável pela própria felicidade. A autora não seguia nenhuma religião.  

Embora a filosofia objetivista tenha sido rejeitada nos meios acadêmicos, ela é seguida por muitos indivíduos. Especialmente, pelos defensores do laissez-faire, dos direitos individuais e da propriedade privada.

‘A revolta de Atlas’

O livro, ‘A revolta de Atlas’, é uma distopia. O nome já dá dicas sobre o contexto. Para quem não percebeu a deixa, Atlas refere-se à mitologia grega, ele carregava o mundo nas costas.

Foto por Paula Nardini em Pexels.com

Nele, o mundo está tomado por Repúblicas Populares e os Estados Unidos são o último reduto de propriedade privada existente… por enquanto. Políticos corruptos usam desculpas baseadas no “bem comum” para apropriar a propriedade individual. Enquanto isso, a população empobrecida vive à margem da sociedade, passa fome e já não demonstra esperanças de um futuro melhor.

Sua personagem principal (Dagny Taggard) é uma mulher forte e destemida. Dagny é uma empresária que controla a maior ferrovia do país, mas que não detém o título de Presidente da Companhia. Este, fica com o seu irmão James Taggard.

Ele, por sua vez, usa sua influência junto aos governantes para aprovar uma série de medidas políticas que favorecem a companhia. Expropriação de linhas ferroviárias, planos de unificação de linhas, proibição de aumento de salários, empréstimos, etc.

Apesar disso, essas medidas não são fundamentadas em um plano prático e suas benesses causam mais problemas do que solução. No fim, quem sempre é chamado para resolver todos os problemas é Dagny (e aí a comparação com Atlas).

Como se vê, o papel da protagonista feminina demonstra o início do debate do papel da mulher na sociedade. Por mais que seja um debate tímido e que não figure como centro da narrativa. Até porque Dagny, uma mulher que atua no alto escalão de uma grande empresa, será uma mulher submissa quando o assunto for relacionamento.

A defesa da liberdade

Apesar de toda uma trama ao redor da personagem principal, o embate presente em ‘A revolta de Atlas’ é o conflito entre o Estado e a iniciativa privada. Na época em que o livro foi escrito (1957), o mundo estava dividido entre duas ideologias políticas: o Comunismo e o Capitalismo. Vale lembrar que essa divisão era clara e as fronteiras eram como cortinas de ferro, inflexíveis.

Por isso, o posicionamento da autora é claro. Ela defende o Estado mínimo e a propriedade privada. Sua defesa do Capitalismo laissez-faire, do self-made men e dos Estados Unidos como conhecemos atualmente. Prova disso é que Ayn Rand usou o símbolo do cifrão do dólar.

Felizmente, muito tempo tenha se passou desde a publicação do romance. Atualmente, o mundo já superado a dicotomia entre Comunismo e Capitalismo (se comparado aos anos 1950).

Nos dias de hoje, diferentes regimes políticos coexistem e as pessoas são livres para escolher o regime que mais as agrada (com uma exceção). Mesmo assim, novas divisões intelectuais e políticas sempre surgem para opor dois lados de uma mesma sociedade.

Por isso, ‘A REVOLTA DE ATLAS’ é uma leitura que continua atual.

Enquanto houver o poder do Estado, Ayn Rand será necessária. O livro é um manifesto sobre a importância da iniciativa privada e das liberdades individuais, além de uma introdução ao objetivismo. Mais tarde, a autora iria desenvolver e aprofundar as bases desse pensamento.

Um olhar para dentro

A trama criada em ‘A Revolta de Atlas’ também leva o leitor a pensar sobre si mesmo e sobre o seu posicionamento no mundo.

Nela, uma grande crítica é feita às pessoas que dependem de alguma entidade, de políticas públicas e ações sociais. Sim, há uma crítica ao Estado de bem-estar social, à anarquia e ao socialismo.

Na verdade, o pensamento que permeia a obra é a ideia de que o indivíduo deve lutar, sozinho, para suprir as suas próprias necessidades (exagerado? talvez).

Podemos dizer que o livro é um meio de propaganda do objetivismo, mesmo que a filosofia ainda não tivesse sido estabelecida. Isso porque a certeza de que o indivíduo é o único responsável pela sua própria felicidade, um dos pilares do objetivismo, está presente em toda a obra e é repetido inúmeras vezes.

Acredito que o maior valor de A revolta de Atlas está em defender a liberdade irrestrita. Liberdade de ser, de estar, de trabalhar, de pensar e de existir como o único responsável pela sua própria existência.

Para terminar, quero dizer que muitas personalidades sugerem a leitura, dentre elas, Peter Diamandis (X Prize Foundation), e Joe de Sena (co-fundador da The Death Race). Isso porque a obra é vista como uma das mais influentes irradiadoras do pensamento americano.

Texto editado, originalmente publicado no Blasting News.


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