Uma das primeiras coisas que o Produtor de Conteúdo faz é tentar definir o nicho. Mas será que não há marketing digital fora dessa fórmula?
Falando da minha experiência pessoal, defini-lo foi (e ainda é) muito difícil. Sei com quem estou falando: com meus amigos — os atuais e os que ainda conhecerei. Mas isso não é nichar.
Por isso, decidi contar uma longa história sobre a minha experiência com a produção de conteúdo. Tudo começou com…
Um post, um começo
Quando comecei a produzir conteúdo, as coisas eram bem diferentes… Naquela época, eu tinha acabado de perder um emprego que não gostava. Pra ser sincera, já fazia planos de mudar de vida, mas não tinha coragem. Como não tomei as decisões necessárias, a vida foi lá e decidiu.
Enquanto pensava no amanhã, comecei a produzir conteúdo aleatório no Instagram. Um post aqui, um ali, logo, estava criando “conteúdo” com frequência. Entre aspas porque existem Conteúdos e “conteúdos”, não é mesmo?!
O que eu queria era viralizar e não precisar me preocupar com mais nada. Mas o que aconteceu foi que comecei a estudar marketing digital.
E a coisa que eu mais “escutei” foi: você precisa definir seu nicho.
Nada contra, é bem por aí mesmo. O problema é que nem todo mundo é capaz de fazer isso (ou pelo menos euzinha aqui não era).
Definir o nicho de mercado é primordial para o Marketing de Conteúdo. Isso porque o básico do Inbound é entregar a mensagem certa, para a pessoa certa e na hora certa.
Primeiramente, você precisa definir a sua área de atuação e, com isso, terá mais clareza na comunicação. Em seguida, deverá saber com quem está falando. Daí, pode vender qualquer coisa.
“Eu me flagrei pensando em você, em tudo que eu queria te dizer”.
Charlie Brown Jr.
Entre devaneios e literatura
Lá no início, tive a minha fase de fazer conteúdos desprovidos de conteúdo. Posts caça-likes e, quando os likes não vinham, eu me sentia extremamente vazia.
Os gurus diziam para ver o que os outros estavam fazendo, que isso era uma boa maneira de começar. E, independente de qualquer coisa, postar todo dia ia agradar ao algoritmo das redes sociais.
Haja tempo e dedicação!
Eu queria ter um bookstagram, mas não conseguia ler um livro por dia. Pior ainda, não me interessava nem um pouco pela modinha literária que rendia likes. Aos poucos, comecei a postar textos autorais. A frequência aumentou, mas o algoritmo não ficou muito impressionado.

Entre erros e acertos, conheci pessoas. E sabe o que é o mais legal das redes sociais? Poder socializar! Como boa millennial que sou, usei ICQ, mIRQ, bate papo UOL, MSN, Fotolog e Orkut, e o foco sempre foi relacionamento.
Certamente, estou ciente que as redes são usadas para marketing digital… mas até para isso é preciso construir um relacionamento.
Por isso é tão importante definir um público-alvo. Ou seja, você define o nicho, um subnicho, um público-alvo e, por último, uma persona. É que, segundo a maioria, assim fica muito mais fácil desenvolver um relacionamento!
Definir um nicho, eis a questão
Onde vivem, o que comem e para onde vão? Ao entender quem é seu público, você conseguirá produzir conteúdos relevantes, impactar e conduzir essas pessoas pelo funil de vendas.
Quando você tem uma profissão, fica mais fácil escolher uma área de atuação, não é? Se você é uma advogada, vai produzir conteúdo sobre o Direito. O duro é quando você está desempregada e perdida na vida, etc.
No início, meu intuito era conhecer pessoas com interesses parecidos com os meus, divulgar alguns textinhos autorais e, quem sabe, descobrir o que fazer no futuro. Eu não tinha absolutamente nada para vender.
Então, por que estava preocupada em definir um nicho? Porque esse era o princípio fundamental do marketing digital (segundo todos os entendidos do assunto). Quero dizer, o básico do básico, o “comece por aqui”.
Nesse meio tempo, ainda fui vítima do boom das lives. Perguntei para uma autoridade como unir as coisas que eu gostava para produzir conteúdo: escrita, literatura, viagens.
Aparentemente, não dava. Seria preciso escolher o pai de todos, exatamente o que eu não queria fazer. Passei muitos meses pensando qual era o elo que conectava todo o meu trabalho… até que conheci a Marie Forleo.
Para quem não sabe, ela se identifica como “Multipassionate Entrepreneur“ (empreendedora multi passional), aquela que não se encaixa nas convenções tradicionais. Trabalha com marketing digital, é coreógrafa e dançarina de hip hop, escritora e tem uma empresa de educação digital.
Um modelo para quem está começando, ela não é uma defensora do nicho. Na verdade, a Marie também não conseguia definir sua área de atuação e resolveu fazer de tudo mesmo. Nichar também é se limitar (by the way, até já escrevi um artigo sobre múltiplas habilidades).

Sempre tem outro lado
A vida não é um jogo de soma zero. Apesar de que tudo isso pode ajudá-lo a criar uma conexão com o público, nichar é uma faca de “dois legumes”.
O problema é que pouquíssimos consultores tocam no assunto. Por exemplo, se você tem um negócio local, nichar pode ser um mau negócio. É que, dependendo da densidade populacional da cidade, você não pode se dar ao luxo de se especializar em excesso.
Em caso de um serviço mais amplo, você pode perder oportunidades de negócio. Deixa eu explicar melhor, digamos que você seja uma advogada especializada em guarda compartilhada. Dependendo do seu posicionamento, pode perder clientes que não estão abertos a negociar a guarda dos filhos.
Tudo é uma questão de avaliar os prós e os contras e, depois, definir o que funciona para sua estratégia. Não acredite em fórmulas prontas, a sua jornada é única.
Austin Kleon diz que
“todo conselho é autobiográfico”.
E penso que isso vale, especialmente, para a produção de conteúdo (e para este texto). Sei que somos ensinados a focar na dor do outro, mas a verdade é que estamos olhando para o nosso umbigo. Essa é a natureza humana… e tudo bem.
Depois que comecei a trabalhar full time como redatora, minha área de atuação se definiu de forma muito natural: falo sobre escrita. Mas entendi que não falo apenas para pessoas que trabalham com isso, falo para pessoas que escrevem, e… todo mundo escreve.

“Don’t worry about unity from piece to piece — what unifies all of your work is the fact that you made it”
Austin Kleon – tradução livre: não se preocupe com a unidade de cada parte – o que unifica todo o seu trabalho é o fato de foi você quem fez.
Obrigada por ler!
Espero que isso faça sentido para você 😉
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Cada dia melhor! Parabéns!
Valeu! 🙂
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