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Não basta acreditar, mas sempre é possível recomeçar

Todo mundo está careca de ouvir histórias de empreendedores que passaram perrengue, não desistiram e alcançaram a glória. Nós somos bombardeados com o discurso “não desista”, “acredite nos seus sonhos” e (o pior de todos) “basta acreditar”.

Então, antes que eu seja a nuvem negra no seu dia ensolarado… só leia se você está aberto à reflexão. O artigo de hoje não tem positividade tóxica, não tem síndrome de Pollyana e não acha que tudo se resolve com um pouquinho a mais de fé. Não, estamos longe de ser mais uma música da Xuxa.

É preciso força para seguir em frente e, também, para desistir. Afinal, podemos muito, mas não tudo

Vídeo game e a sabedoria de vida

A imagem mostra uma mão segurando um controle de vídeo game.
Foto: Laled Aldarwish

Eu nunca fui fã de vídeo games. Quando criança, conseguia passar uma tarde inteira jogando tetris no mini game, mas não, Sonic. Suponho que a maioria dos Millennials é diferente. E a Gen Z, então? Nem se fala! Basta ver o sucesso de Zelda, GTA, LOL e Fortnite.

Lá nos anos 90, minha irmã trocou todos os presentes de um ano inteiro por um Mega Drive. Ela era viciada em Mortal Kombat. Já eu, não levava jeito. Não sei se é porque eu detesto perder, mas não tinha paciência para ficar horas recomeçando até conseguir zerar o jogo. 

Às vezes, você chegou longe e está perto da final… Mas, devido a alguns erros nas etapas anteriores não têm os acessórios (ou as vidas) necessários para vencer. E foi assim, jogando vídeo game, que eu aprendi que não basta chegar na final, não basta insistir cegamente. Afinal, certas coisas não têm conserto

O início de um sonho… deu tudo errado

Ou não… Todo mundo conhece a história do famoso criador da maçã mais popular da história da humanidade: a Apple. Steve Jobs começou “do nada”, em uma garagem emprestada. 

Lá, ele criou um produto revolucionário, ou melhor, uma empresa que vale bilhões. Nesse meio tempo, foi chutado para fora do próprio império e chamado de volta quando a coisa ficou feia. No fim, foi glorificado como o master mind por trás de uma revolução (sim, merecido).

A imagem mostra um homem embaixo de um fusca dentro de uma garagem.
Foto: Gratisography – Pexels

Eu sei, é uma história incrível! Daquelas que arrepiam até os pelinhos da nossa nuca. E, embora um pouco de inspiração sempre caia bem, é o pé no chão que atravessa montanhas (literalmente).

Tá! O que eu quero dizer é: nem toda história acaba bem, não é? Basta acreditar? E todas as outras pessoas que tentaram começar uma empresa na garagem de casa? E todas as casas que não têm garagem? 

Basta acreditar (e ter um pouquinho de sorte)

O nome Craigslist te diz alguma coisa? No livro Dar e Receber, Adam Grant conta a história de Craig Newmark, o fundador da Craigslist. Talvez você não saiba, mas a Craigslist é uma espécie de classificados gigantescos na Internet. 

Newmark era um introvertido ou, como ele mesmo se definiu, um full-on-nerd. Cientista da computação, trabalhou na IBM e na Schwab. Ele tinha uma carreira sólida, até ser demitido com pouco mais de 40 anos

Frequentador dos saudosos fóruns online e desempregado, Craig compartilhou um email com alguns eventos relacionados à Internet. Essa lista despretensiosa foi enviada para 12 pessoas. Baseada em um sistema de trocas, a lista virou um negócio. 

Craig poderia ter insistido em se manter no mercado de trabalho, mas não. Ele nunca mais procurou emprego. Com trabalho duro (e uma pitadinha de sorte), a coisa pegou. Sorte porque, você já viu o craiglist.com? Não é lá um exemplo de design!

Conforme crescia, Newmark percebeu que, apesar da sua experiência, não tinha talento para dirigir o negócio. Por isso, contratou Jim Buckmaster para o cargo de CEO, o que permitiu com que a empresa crescesse ainda mais. Hoje, a Craigslist é um negócio bilionário. 

E se der tudo errado?

Assim como Craig Newmark mudou de carreira depois dos 40 anos, você e eu (provavelmente) não vamos fazer a mesma coisa até o fim das nossas vidas. Assim como ele, talvez você chegue no desafio final e perceba que não tem o skill necessário para ganhar

Não sei se você sabe, mas eu já vivi a experiência de ser concurseira. Dediquei cinco anos da minha vida estudando, em média, cinco horas por dia. Foram anos intensos, que me renderam muito conhecimento e uma leve tremedeira no olho esquerdo. Hoje, sigo um outro caminho. Mas as bases que construí permanecem firmes. É só que foi preciso reavaliar, recomeçar.

Nesse jogo da vida, precisaremos voltar algumas casas. Eu sei que a história do cara que não desistiu e mudou o mundo é linda. Mas não é assim que acontece com a maioria das pessoas. E eu nem estou falando que não podemos mudar o mundo. Todo mundo pode causar um impacto positivo no meio em que se insere, mas isso não quer dizer que sua vida será glória e fama.

Essa falsa imagem de que “basta acreditar” é a mãe das úlceras. Não basta. E não tem problema. Desistir, recomeçar, assumir suas fraquezas exige muita força. Essas são as histórias que eu gosto de ver: os casos em que deu tudo errado. Porque elas nos ensinam que a vida continua. (Até escrevi um artigo sobre múltiplas habilidades, aqui).

A vida é tempo suficiente

As Olimpíadas vão começar e não tem vaga no pódio para todo mundo. Atletas incríveis nunca serão medalhistas olímpicos. Eu sei que o importante é competir, só que a verdade é que todo mundo quer ser o melhor. Infelizmente, isso não é possível.

Foto: Ben Mack

Nem todos os nossos sonhos serão concretizados, ainda que a gente acredite de verdade. Felizmente, novos sonhos virão. Uma vida é tempo suficiente. Sabe, eu nunca zerei Sonic, mas mandava muito bem em Age of Empires! 

Sua casa não te define/ Sua carne não te define/ Você é seu próprio lar” 
— Triste, Louca ou Má. Francisco, el hombre.


Obrigada por ler.

Espero que isso faça sentido para você 🙂
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