‘Slow travel’ ainda é turismo, mas é uma forma de viajar sem pressa… bem literal, não? A principal diferença do turismo convencional para o ‘slow travel’: Pronto para viajar sem pressa?

O que é o ‘slow travel’?
‘Slow Travel’ é um novo jeito de viajar. Apesar de existir há muito tempo, esse novo estilo de viagem tem ganhado muita popularidade nos últimos anos.
Assim como o movimento ‘slow food’ e ‘slow fashion’, o ‘slow travel’ traduz um estilo de vida. A vida das pessoas está cada vez mais corrida, mais apressada.
O movimento ‘slow’ como um todo chama a atenção para o tempo das coisas. É uma forma de parar e se conectar com o momento. O objetivo é desacelerar e viajar sem pressa nenhuma, curtindo cada nova experiência.
Este movimento também tem conexões profundas com o desenvolvimento sustentável e com a nossa saúde (física e mental). O fast-food, o fast-fashion, marcaram gerações que não tinham tempo, que não podiam parar para apreciar as coisas.
Isso não significa que o turismo convencional seja algo ruim. Até porque, o ‘slow travel’ tem algumas peculiaridades (como a disponibilidade de passar muito mais tempo longe de casa) que não são para todos. É apenas um jeito diferente de conhecer lugares.
O ponto chave do ‘slow travel’ é que ele não é turismo (como conhecemos), não é mochilão e não é morar. Ele é um pouquinho de cada uma dessas coisas, tudo junto.
Ficou confuso?
Basicamente, o conceito de ‘slow travel’ envolve uma viagem de longa duração. Um período de tempo para ter a experiência de residir, de conhecer os hábitos locais, para poder passear sem pressa e para mergulhar na cultura local.
Como o tempo é muito subjetivo, há quem prefira ficar em um lugar por seis meses e quem prefira ficar em um lugar por um mês. O mais importante não é o tempo, é a forma de perceber o lugar e viver cada momento.
Razões para aderir ao slow travel
Quem me conhece sabe que eu sou ‘slow’ por natureza. E, desde que adotei a vida de nômade digital, viajo em um ritmo mais lento. Não estou criticando o turismo tradicional, até porque ainda faço turismo.
Estou viajando o Brasil, tentando me conectar e conhecer profundamente cada cidade que passo, mas também aproveito para fazer turismo tradicional de vez em quando.
Sabe aquele famoso “bate e volta”?
Pois é! Aproveito para conhecer alguns pontos turísticos próximos das cidades que estou visitando. Um, dois ou três dias de pura correria, turistando mesmo.
No entanto, seguindo o ‘slow travel’ em cada cidade que me hospedo, tento conhecer a cidade como um local.
Vou à feira, à padaria, ando pelo bairro, faço amizade com os vizinhos e por aí vai. E, de vez em quando, faço turismo tradicional em cidades próximas ou pelo caminho.
Não é uma questão de fazer menos coisas, de conhecer menos lugares ou, como algumas pessoas pensam, de fugir das atrações turísticas. Nada disso.
O objetivo de viajar em ritmo mais lento é, unicamente, aproveitar cada momento.
Vantagens do Slow Travel

Economia
Quando você fica mais tempo em um lugar, é mais fácil encontrar hospedagem com preços promocionais. O Airbnb, por exemplo, oferece descontos que chegam a 50% do valor total (clique aqui para ganhar cupom de desconto).
Além disso, é possível cozinhar. Como não há pressa, cozinhar em casa pode ser uma opção mais econômica e, às vezes, mais saudável.
Para quem viaja de ônibus ou avião, o custo com passagem é o mesmo, independentemente do número de dias entre os trechos de ida e volta. Mesmo assim, ter mais tempo pode ser uma vantagem na hora de comprar passagens promocionais.
Para quem viaja de carro (como eu), o custo com a gasolina é o mesmo. A economia está em aproveitar para conhecer lugares ao redor. Por exemplo, morei em Porto Alegre por um mês e aproveitei para conhecer Gramado, Bento Gonçalves, Tramandaí. Eu já estava ali perto.
Imersão
Outra vantagem do ‘slow travel’ é a possibilidade de imersão na cultura local.
Em uma viagem mais rápida, os pontos turísticos têm preferência. Isso não acontece em uma viagem ‘slow’. É possível conhecer os pontos turísticos com calma, escolher dias em que são menos frequentados e visitar locais que não aparecem na rota do turismo.
O ponto mais interessante (na minha opinião) é entrar em contato com a vida local. Conhecer e ter tempo para entender o estilo de vida das pessoas. Perceber as diferenças culturais, não com o choque do diferente, mas com interesse e vivência.
Quando cheguei em Porto Alegre, achei que tinha tomado uma péssima decisão. Não gostei da cidade, estranhei o lugar. Não conseguia me localizar, me perdia.
Mas depois de um tempo, conheci muitas pessoas locais. Essas pessoas tinham uma característica em comum: eram muito alegres e solícitas. E eu me adaptei e já me sentia parte do lugar.
A adaptação é um elemento que faz a diferença em uma viagem. A sensação de pertencimento, de compreensão e a possibilidade de assimilar o novo, tornam o ‘slow travel’ especial.
Estar presente
Por último, o mais interessante dessa modalidade de turismo é poder estar presente. Não há pressa, ninguém precisa correr do ponto A ao ponto B.
Há tempo suficiente para experimentar cada nova sensação, para descobrir coisas novas, para ficar uma hora de papo com um local. Há tempo para desenvolver um novo hábito.
A pressa é a maior inimiga da vivência. Estar sempre atrasado, sempre pensando no próximo destino, na próxima reunião, no próximo compromisso, nos impede de prestar atenção integral ao que estamos vivendo agora.
Adotar a vida ‘slow’ não quer dizer ir mais devagar, quer dizer prolongar o presente e viver sem pressa.
Na vida, não é possível ter tudo, fazer tudo. Sempre é preciso escolher. O que tem significado para você? O movimento slow é um convite para ter e fazer as coisas que significam mais para cada um de nós.

Cada encontro, cada experiência de vida é única. Podemos voltar a um lugar no futuro, mas a experiência será completamente diferente. Estar presente no aqui e no agora é uma forma de se conectar com o momento.
Se você gostou deste artigo e está mais preocupado em colecionar experiências, não deixe de ler Construa apachetas pelo caminho.
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