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A vida é o resultado do seu esforço, determinação e sorte

Quando eu era criança, costumava jogar o Jogo da Vida com as minhas irmãs. Eu tinha 9, a mais velha, 13, e a caçula, 6. Se você pensar em questão de experiência, a mais velha deveria ganhar todas as rodadas, afinal, ela tinha muito mais conhecimento de vida do que eu e minha irmã mais nova. Acontece que, quando falamos de tabuleiros, o elemento sorte é responsável por 90% do trabalho. E, isso, eu sempre tive de sobra! 

Para quem não está familiarizado com a brincadeira, deixe-me explicar brevemente:

  • cada pessoa começa sozinho;
  • você pode escolher se quer fazer faculdade ou não;
  • sorte no jogo também é sorte no amor.

Cada jogador pegava o seu carrinho conversível, girava a roleta e andava o número de casas indicado. Não sei porque, mas sempre achei que a roleta do Jogo da Vida era um elemento do Jurassic Park. Ela não fazia sentido esteticamente falando, e eu sempre preferi dados. Afinal, se a vida pudesse, realmente, ser um jogo… você deixaria que todas as suas decisões fossem tomadas com base na roleta? Você se considera uma pessoa com sorte na vida?

Sorte no jogo, sorte na vida

Tabuleiro do Jogo da Vida
Sorte no jogo. Foto: Banana Quântica

Não sei se essa brincadeira era apropriada para a nossa idade. Olhando para trás, hoje, penso até que era meio visionário. É claro que não quero incentivar decisões arbitrárias decididas por um objeto insensível, mas isso não me impede de receber conselhos de um algoritmo vez ou outra.

O que eu acho mais engraçado nesse jogo é que tinha a casa do casamento e era muito bom cair lá! Se você se casasse, todos os outros jogadores eram obrigados a presentear o casal (sim, tudo envolvia dinheiro). Pensando bem, “Escola da Vida” teria sido um nome muito apropriado.

Obviamente, não estou dizendo que não podemos tomar decisões com base em cartas, sorte, dados, roletas ou algoritmos (a vida é sua), até porque há dias em que tudo o que queremos é um tabuleiro coordenando nossas decisões. Pelo menos, a gente poderia colocar a culpa em alguma coisa quando nem tudo saísse conforme o plano.

Nem tudo depende de você

Há uns dias, estava tomando meu café e vendo a construção do outro lado da rua. Sabe, estão construindo um edifício com mais de dez andares. No começo, quando eu ouvia um barulho muito estrondoso, corria para ver o que estava acontecendo. Hoje, já me acostumei. Sim, de vez em quando objetos são arremessados lá do alto e caem fazendo um barulhão. Como tudo na vida, a gente se acostuma.

Enquanto eu bebia aquele café morno e observava a garoa, fiquei pensando na vida. Você já parou alguma vez para pensar “como foi diabos que eu vim parar aqui”? Talvez isso nunca tenha acontecido com você, talvez você seja uma daquelas pessoas que fazem vídeos motivacionais falando sobre foco e persistência ou sobre a importância de nunca desistir.

Se tem uma coisa que o Jogo da Vida me ensinou foi: nem tudo depende de você. É como diz o ditado “shit happens”.

Assim como encontrar uma moeda na rua não depende de você, perdê-la também não. Algumas coisas, simplesmente acontecem. Você pode seguir o plano, mas isso não significa que tudo vai dar certo no final. Acredito, verdadeiramente, que é muito importante ser flexível e saber se adaptar às mudanças.

Nossas decisões e nossas atitudes são muito importantes, mas vivemos em uma sociedade. Sim, algumas coisas, simplesmente, não dependem da gente.

O esforço só pode te levar até certo ponto

Dia desse, ouvi alguém contando que a vida é como uma horta. Você prepara a terra, tira as ervas daninhas, coloca a semente com muito cuidado, rega, aduba e espera. Se chover demais, não tem colheita. Se faltar chuva, também não. O Sol ajuda, mas também atrapalha. Você só pode fazer uma parte do trabalho duro, o resto não depende de você.

Café
Foto: Lood Goosen

E fazia um bom tempo que eu não escutava uma analogia tão bem elaborada quanto essa. Será que quando você tinha 15 anos e girava a roleta do jogo vida depois de pegar o atalho e abandonar o diploma escolar, você se imaginava aí onde está agora? Será que, depois daquela difícil decisão tomada logo após a sua formatura, você imaginou que estaria vivendo tudo o que está vivendo hoje? Quantas vezes o seu plano de vida precisou passar por revisões e adaptações?

Na construção à minha frente, tem uma janela sem reboco da altura do meu apartamento. Todos os dias, por volta das três da tarde, um dos trabalhadores para ali com o seu café preto e fica olhando o movimento da rua. Coincidentemente, também estou fazendo uma pausa. Nós estamos tomando um café, no mesmo horário, na mesma rua e na mesma altura. Tenho certeza de que nossas vidas foram muito diferentes, mas, de um jeito ou de outro, estamos compartilhando esse momento.

Talvez ele tenha pegado o atalho…

ou eu tenha tido mais sorte na roleta. Ou, quem sabe, tenha sido a minha pressa que não me deixou fazer um seguro para o carro pela bagatela de mil reais antes da largada. Pode ser que a gente precise analisar a partida, recomeçar o jogo e tomar algumas decisões diferentes (ter múltiplas habilidades também pode ajudar , leia aqui) . Isso é tudo o que podemos fazer, o resto é com a roleta.

Obrigada por ler

Espero que isso faça sentido para você.

O texto de hoje é um textar e refletir, talvez tenha sido escrito para mim mesma, talvez seja exatamente o que você estava precisando hoje. Se for, eu vou adorar saber!


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Lori Sato

Redatora, escritora viajante, canceriana (por isso o sentimentalismo) e good vibes. Adoro um textão (ler e escrever). ~ A vida é sobre estar, testar e (claro) textar.